Recursos estavam previstos em memorando assinado em junho do ano passado com o NDB, o banco dos Brics
Por Rafael Walendorff, Valor — Brasília
O Banco do Brasil pretende colocar em operação ainda neste mês uma nova linha de financiamento de investimentos rurais, com cerca de R$ 1 bilhão, para suplementar o Plano Safra que está em vigor. O recurso virá do New Development Bank (NDB), o banco de desenvolvimento dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que assinou memorando com o BB em junho do ano passado.
A linha será destinada para investimentos em irrigação e para a construção de silos e armazéns e terá prazo de 12 anos para reembolso. O presidente do BB, Fausto Ribeiro, apresentou a medida a produtores de soja durante reunião no Palácio do Planalto realizada em março, da qual participaram também presidente Jair Bolsonaro e a então ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
O Valor apurou que a intenção era colocar a linha em operação já no início de abril, mas esse lançamento ainda não foi confirmado. As condições do financiamento ainda eram dúvida. O custo, a princípio, seria de 6,5% ao ano mais a variação cambial.
O BB estudava assumir o risco de câmbio e agregar algo à taxa de juros, o que impediria que os produtores ficassem expostos à oscilação cambial. A linha foi apresentada como uma alternativa aos produtores que já têm fluxo de caixa em dólar.
No ano passado, na cerimônia de assinatura do acordo com o NDB, o Banco do Brasil afirmou que a expectativa era captar até R$ 1,5 bilhão para emprestar aos produtores rurais para a construção de silos e armazéns, além da expansão da área irrigada. Nesse primeiro momento, foram captados US$ 200 milhões, cerca de R$ 1 bilhão, para a linha. O custo do BB é composto por uma taxa internacional mais 2,5% ao ano.