Após dados do USDA, soja subiu e trigo caiu na bolsa de Chicago
Os preços do milho caíram na bolsa de Chicago mesmo com uma expectativa de um corte de 7 milhões de toneladas da safra argentina. Nesta quarta-feira, os contratos que vencem em maio recuaram 1,38%, a US$ 6,2550 por bushel.
Hoje, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu de 47 milhões para 40 milhões de toneladas sua projeção para colheita de soja na Argentina. Segundo Pedro Schicchi, analista de grãos da Hedgepoint Global Markets, ainda que o corte na Argentina tenha surpreendido o mercado, as projeções para os Estados Unidos pressionaram as cotações. A projeção para os estoques finais americanos subiu 5,9% em relação ao mês passado, para 34,08 milhões de toneladas.
“Os estoques vão crescer devido à redução de estimativa de exportação, fato que contribuiu para que os preços reagissem negativamente. Como o consumo interno nos EUA tem números superiores aos de exportação, ele tem um peso maior para as cotações em Chicago”, diz Schicci.
Soja
Os contratos da soja para maio fecharam em alta de 0,15%, a US$ 15,1775 por bushel. O mercado responde aos ajustes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para os estoques americanos ao fim do ciclo 2022/23.
De acordo com o órgão, os estoques finais devem chegar a 5,72 milhões de toneladas, ante 6,13 milhões projetadas no mês passado. O número também ficou abaixo dos 5,96 milhões que eram esperados por analistas de mercado consultados pelo “The Wall Street Journal”.
Trigo
O trigo recuou, mesmo com uma redução nas projeções de estoques finais e aumento do consumo global. Os contratos do cereal para maio fecharam em queda de 1,50%, a US$ 6,8750 por bushel.
O USDA aumentou sua estimativa para a oferta global em quase 5 milhões de toneladas em relação ao mês passado, para 788,94 milhões de toneladas.
Por outro lado, as projeções para o consumo mundial cresceram 2 milhões de toneladas, para 793,19 milhões de toneladas. Com isso, a estimativa para os estoques finais passou de 269,34 milhões para 267,20 milhões de toneladas, abaixo das expectativas de analistas de mercado, que esperavam um volume de 269,9 milhões.
Por Paulo Santos, Fernanda Pressinott e Patrick Cruz — São Paulo
Valor Econômico – 08/03/2023