Por outro lado, números do USDA para milho e trigo pressionaram os preços desses cereais
A divulgação do novo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mexeu com os preços dos grãos na bolsa de Chicago. Nesta quarta-feira, depois de o órgão cortar sua estimativa para a colheita americana de soja nesta safra 2022/23, os papéis da commodity para entrega em novembro subiram 1,44%, a US$ 13,96 por bushel. Os lotes para janeiro do ano que vem avançaram 1,22%, a US$ 13,05 por bushel.
A consultoria argentina Granar lembra que a soja já começou o pregão em alta devido, principalmente, à retomada da demanda da China. Hoje, o USDA também informou que exportadores privados venderam 526 mil toneladas do grão ao mercado chinês para entrega em 2022/23.
Por outro lado, os analistas argentinos afirmam que o rápido avanço da colheita e a melhora das condições das lavouras limitaram os ganhos em um primeiro momento. Segundo o USDA, as lavouras de soja em boas e excelentes condições eram 57% do total no último domingo, contra 55% na semana anterior. Para plantações em situação regular, o percentual caiu de 29% para 28%, e para aquelas em condições ruins ou muito ruins subiu de 16% para 15%.
No começo da tarde, o USDA fechou o quadro favorável ao avanço dos preços ao reduzir sua estimativa para a colheita americana de soja. O órgão passou a projetar 117,4 milhões de toneladas, 1,8 milhão a menos que o previsto no mês passado. Analistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal” esperavam uma manutenção das perspectivas de setembro.
Trigo
No mercado de trigo, os contratos mais negociados, de vencimento em dezembro, fecharam em queda de 2,08%, a US$ 8,8225 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, caíram 1,96%, a US$ 8,99 por bushel. Analistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal” esperavam que o USDA reduzisse para 15,32 milhões de toneladas sua estimativa para os estoques americanos em 2022/23. O órgão cortou sua expectativa, mas menos, para 15,68 milhões de toneladas. Em setembro, falava-se em 16,6 milhões de toneladas.
Milho
Os contratos do milho para dezembro, os mais negociados na bolsa de Chicago, fecharam em baixa de 0,75%, a US$ 6,93 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, caíram 0,04%, a US$ 7 por bushel. O USDA indicou uma safra americana de 352,95 milhões de toneladas, ante as 354,19 milhões calculadas em setembro. A projeção veio praticamente em linha com o esperado pelo mercado — analistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal apostavam numa redução para 352,85 milhões de toneladas. Já os estoques finais dos EUA vieram acima das 28,63 milhões de toneladas previstas por analista, projetadas em 29,77 milhões de toneladas. O mercado também precifica uma melhora nas condições das lavouras americanas. Até o último domingo, cerca de 54% estavam em boas ou excelentes condições, acima dos 52% de uma semana atrás. Em situação regular, o número caiu de 27% para 26%. As que estão em condições ruins ou muito ruins — 21% na semana passada — agora são 20% do total.