Dos novos produtos liberados, 50% são biológicos
O Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura publicou hoje, no Diário Oficial da União, o registro de 50 defensivos agrícolas formulados – ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Do total, 25 são produtos biológicos, sendo nove aprovados para uso na agricultura orgânica.
Com a lista desta terça-feira, o ministério informou que chegou a 69 o número de produtos de baixa toxicidade registrados em 2022. Entre as novidades biológicas, o fungo Cordyceps javanica, uma alternativa para o manejo de populações resistentes à mosca-branca, ganhou o seu primeiro registro no ministério, com uso também aprovado para a agricultura orgânica. Os fungos entomopatogênicos estão entre os mais importantes inimigos naturais das moscas-brancas e penetram diretamente no organismo do inseto.
Um outro produto biológico, o nematoide Heterorhabditis bacteriophora, que detinha apenas um produto no mercado, recebeu autorização para uso em um produto para controle das lagartas Spodoptera frugiperda e Scaptocoris castanea. A spodoptera foi recentemente considerada como uma praga agrícola prioritária. Também para Spodoptera frugiperda tem o primeiro registro do nematoide entomopatogênico Steinernema carpocapsae, que além de controlar a lagarta Spodoptera também é indicado para o controle de moscas-dos-fungos (Bradysia matogrossensis) e do bicudo-da-cana-de-açúcar (Sphenophorus levis). Para a agricultura orgânica foram ofertados nove produtos, dentre eles o parasitoide Tetrastichus howardi, a vespinha parasitoide Telenomus podisi e os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
Químicos
Já em relação aos defensivos químicos registrados, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Espiropidion será ofertado aos agricultores. Trata-se de um inseticida que estava em análise desde 2018 e é recomendado para o controle de pulgão, trips e mosca-branca nas culturas do algodão, feijão, soja e tomate. A Pasta informou, ainda, que todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e “alinhados às melhores práticas internacionais”.