Segundo a estatal, colheita deverá somar 312,4 milhões de toneladas
A produção brasileira de grãos deverá alcançar o recorde de 312,4 milhões de toneladas nesta safra 2022/23, 15,3% mais que em 2021/22, segundo as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) baseadas em levantamentos de campo. Conforme a estatal, o avanço será puxado por incrementos da área plantada e da produtividade das lavouras.
Para a área, a Conab calcula crescimento de 2,9%, para 76,6 milhões de hectares. Vale ressaltar que esse número envolve as três safras agrícolas do país, cultivadas em períodos distintos. Se levada em conta a rotação de culturas na mesma área, serão 52,6 milhões de hectares. Já a produtividade média das plantações deverá crescer 12,1%, para 4.079 quilos por hectare.
Soja
A colheita de soja, carro-chefe do agronegócio nacional, deverá bater um novo recorde, com 152,4 milhões de toneladas, 21,3% mais que em 2021/22. A área de plantio tende a aumentar 3,4%, para 43 milhões de hectares, com avanço sobre outros grãos, aberturas de novas áreas e ocupação de áreas de pastagens.
Milho
O milho, segundo maior grão cultivado no país, também deverá ter produção recorde em 2022/23. Conforme a estatal, serão 126,9 milhões de toneladas em três safras, crescimento de 12,5% na comparação com 2021/22. Na primeira safra, que já está sendo semeada, a área deverá cair 1,5% em razão dos altos custos para o controle da cigarrinha e da migração para culturas mais rentáveis como a soja, disse a Conab, em relatório. Ainda assim, com a expectativa de boa produtividade, a produção do verão deverá aumentar 14,6%, para 28,7 milhões de toneladas.
Algodão
A colheita de algodão em pluma deverá crescer 14,7%, para 2,9 milhões de toneladas, com o aumento de 1,9% na área a ser semeada e ganhos de rendimento.
Arroz e feijão
Também de acordo com a Conab, a produção de arroz deverá se manter praticamente estável, como vem ocorrendo nos últimos anos, em 10,8 milhões de toneladas. O mesmo deverá ocorrer com o cultivo de feijão, que tende a permanecer em 3 milhões de toneladas. Em ambos os casos, haverá queda na área de produção, mas melhores produtividades.
Trigo
Por fim, entre as culturas mais importantes para o país, a produção de trigo, que está em fase de colheita, é prevista em 9,4 milhões de toneladas, 22% mais que em 2021/22.
Estoques
De acordo com a Conab, diante das boas colheitas esperadas haverá incremento nos estoques finais de milho (20%), algodão (17%), feijão (31%) e soja (45%) na comparação entre as safras 2021/22 e 2022/23. No que se refere ao consumo interno, o levantamento aponta estabilidade para arroz e feijão, leve incremento para o algodão (2%) e avanços maiores para milho e soja – 6,2% e 5% respectivamente. Para o trigo, as estimativas para a balança comercial foram ajustadas. As importações caíram de 6,3 milhões para 6,1 milhões de toneladas, enquanto as vendas externas foram ampliadas em 200 mil toneladas, para 2,7 milhões. Com isso, o país deve encerrar a safra, em agosto de 2023, com estoque de passagem de 1,19 milhão de toneladas.
Exportações
Para a soja, destaca-se também a estimativa para as exportações do grão – 95,87 milhões de toneladas, 22,5% mais que em 2022. “Esse acréscimo é motivado por uma maior oferta brasileira do grão na safra 2022/23, aliado a uma elevação na demanda mundial e a uma previsão de redução das exportações dos Estados Unidos”, diz o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, no relatório divulgado pela estatal. Já para o óleo de soja, a perspectiva é de diminuição das exportações (de 2,1 milhões de toneladas, em 2022, para 1,8 milhão em 2023), dada a expectativa de maior produção de biodiesel e da retomada dos embarques da Argentina. Para a exportação do milho, a estatal calcula 45 milhões de toneladas em 2023, uma elevação de 21,6%.